O Framer redefiniu completamente a forma como construímos sites. O que antes levava dias de ajustes de design e caos na entrega para desenvolvedores, agora pode ser feito em horas. Você desenha, você publica. Tudo em um fluxo contínuo.

A facilidade, o refinamento, a velocidade. Há uma sensação de satisfação a cada vez que você vê seu design ganhar vida exatamente como imaginou. É algo difícil de igualar.

É por isso que todos nós torcemos para o Framer vencer.

Mas aqui está o "pulo do gato"... as novas mudanças de preço tornam esse sonho um pouco mais difícil (e caro) para muitos de nós.

O Que Mudou? Os Novos Planos do Framer em Reais (R$)

O Framer afirma que queria simplificar seus preços, e de fato, simplificou. O antigo sistema de cinco níveis desapareceu, substituído por três planos principais mais claros, agora com preços oficiais em Reais para o Brasil.

A promessa é simples: "Grátis para experimentar, acessível para sites pequenos e justo para empresas que escalam."

E embora isso soe bem no papel, a matemática do mundo real conta uma história um pouco diferente.

Ponto para o Framer: A Proteção dos Planos Antigos

Antes de mergulhar nas críticas, vamos dar o crédito onde ele é devido.

Se você está em um plano antigo ("legado"), você está protegido. Manterá seus preços e limites antigos. Segundo a equipe do Framer, isso não é para sempre, mas vai durar "por um tempo muito longo".

E se você perdeu o bonde, o Framer está permitindo que usuários antigos reativem seus planos anteriores por 60 dias, bastando entrar em contato com o suporte. Isso é raro e louvável. A maioria das empresas de software não faria isso.

Mas, para os novos usuários e projetos futuros? É aí que o cenário fica menos animador.

Os 3 Pontos Críticos que Geraram a Polêmica

1. A Vida Ficou Mais Difícil para Freelancers e Pequenos Negócios

Tendo trabalhado com inúmeras pequenas empresas e agências no Brasil, posso dizer com confiança: pagar **R$210 por mês** (ou R$1.668 por ano) é um pedido difícil — especialmente para uma ferramenta que era conhecida por sua acessibilidade.

Embora eu ame o Framer como produto, ele está lentamente se tornando uma venda mais difícil para clientes que só querem um site bonito e funcional, sem custos de nível empresarial. Para muitos, o Framer era a alternativa aos construtores caros como Webflow ou Squarespace. Agora, ele está perigosamente perto de se juntar a eles.

2. O Problema do CMS: Uma Coleção para Governar (e Limitar) a Todos

Vamos falar do elefante na sala: as restrições do CMS.

O novo plano Basic inclui apenas uma coleção de CMS. Isso significa que você não pode ter uma seção de "Blog" e uma de "Projetos" sem fazer o upgrade para o plano Pro.

O Framer alega que apenas 10% dos usuários do plano Basic usavam mais de uma coleção. Mas, para a comunidade de criadores, isso é... difícil de acreditar. A maioria dos portfólios, por mais simples que sejam, precisa de no mínimo duas estruturas de CMS: uma para posts, outra para projetos.

Remover isso soa como uma clara manobra para forçar upgrades. Como um usuário frustrado colocou:

"Simplificado, sim. Necessário? Não. O maior problema é 1 CMS e 10GB de banda — não é suficiente nem para um portfólio. Isso te pressiona a fazer o upgrade para o Pro, que custa seis vezes o antigo plano Mini."

3. Largura de Banda, Páginas e Editores: O Combo da Insatisfação

Os problemas não param nos limites do CMS. Os novos planos cortaram a largura de banda e reduziram os limites de páginas, ao mesmo tempo que duplicaram o preço dos assentos de editor... tudo isso em um momento em que os usuários já reclamavam dos custos elevados.

E talvez o comentário mais revelador da comunidade internacional:

"Vocês sabiam que todos nós usávamos as 2 coleções de CMS por $20/mês e agora nos fazem pagar $45/mês, comparado aos $29/mês do Webflow. Vocês estão se precificando até o esquecimento."

Quando seus usuários estão fazendo comparações públicas de preços, nunca é um bom sinal.

A Solução Simples que o Framer Ignorou: O Retorno dos Add-ons

O Framer merece crédito pela transparência. Eles publicaram uma análise completa das mudanças e até reconheceram que, embora muitos usuários paguem menos, uma parcela pagará mais.

No entanto, a lacuna entre o plano Basic (R$46/mês no anual) e o Pro (R$139/mês no anual) representa um salto de preço de 200% por recursos que, para muitos, são básicos.

Uma solução elegante seria o retorno dos Add-ons.

O Framer costumava ter um sistema de add-ons para sites enterprise. Você podia comprar coleções de CMS, largura de banda ou idiomas extras — a la carte. Essa flexibilidade era perfeita. Permitia que os criadores pagassem apenas pelo que precisavam.

• Quer continuar no plano Basic, mas precisa de mais uma coleção de CMS? Pague um valor extra.

• Precisa de mais largura de banda? Adicione.

• Precisa de um assento de editor extra? Compre apenas isso.

Este modelo modular funcionou antes — e poderia facilmente funcionar novamente. É simples, justo e mantém os maiores fãs do Framer felizes.

Conclusão: Framer, Não Abandone Quem Te Fez Crescer

Vamos recapitular.

O Framer ainda é uma plataforma incrível. É rápido, intuitivo, visualmente deslumbrante e redefiniu o que o design web no-code pode ser.

Mas esta nova direção de preços? Ela arrisca alienar as mesmas pessoas que tornaram o Framer popular: freelancers e pequenas agências.

Se o Framer continuar nesse caminho, pode perder sua identidade como a alternativa amigável e acessível aos construtores de sites inchados e caros.

A solução está bem ali: tragam de volta os add-ons. Deixem as pessoas escolherem sua própria escala.

Porque o Framer não precisa ser tudo para todos. Ele só precisa ser justo... com a comunidade que acreditou nele desde o início.

FAQs - Perguntas Frequentes sobre os Novos Preços do Framer no Brasil

O que acontece se eu já tenho um plano antigo do Framer?

Você está seguro. O Framer confirmou que os usuários em planos "legado" manterão seus preços e limites atuais por um longo período. Nenhuma ação é necessária da sua parte.

O novo plano Basic de R$46/mês (anual) ainda vale a pena?

Depende. Para um site pessoal muito simples, um "link na bio" ou um site institucional sem blog ou portfólio, ele funciona. No entanto, a limitação de apenas uma coleção de CMS o torna inviável para a maioria dos portfólios de criativos ou blogs de conteúdo.

Qual a principal crítica da comunidade aos novos planos?

A principal crítica é a remoção da segunda coleção de CMS do plano de entrada, forçando muitos usuários a migrarem para o plano Pro, que custa três vezes mais (de R$70 para R$210 no plano mensal). Isso é visto como uma perda de flexibilidade e um aumento de preço disfarçado para recursos que antes eram acessíveis.